Tenho uma irmã (Raquel) que adora tanto os livros quanto eu e compartilhamos, às vezes, dos mesmos gostos. Eu também gosto de dar (emprestar, viu?) os livros que tem muito a ver com a nossa história. É por isso que quando ganhei "Parem de falar mal da rotina" pensei que ela estivesse de brincadeira com a minha cara, legal, um livro de crônicas! Bem, mas eu não gosto muito de crônicas!
Como não tinha nada melhor prá ler ( me desculpa, Elisa Lucinda, como estava errada e não sabia), folheei algumas histórias e bem, gostei um pouquinho. Quando voltei de viagem e já pronta prá outra (viagem) eu o levei como uma forma de distração, afinal eu iria estudar "Cosmogonia" e precisava de um título prá distrair.
Foi aí que eu comecei do começo, e comecei uma enorme aventura, de muita emoção, com direito a lágrimas, muita risada e recital de poesias para as colegas de quarto, porque não resisti depois de ler isso, e não compartilhar com minhas queridas mães e professoras que somos.
Meninos São José
Toda criança me arrebata,
toda criança, por me olhar,
me arregaça as mangas do amor
e dele,
desse amor,
morro de emoção.
Há nisso mais do que o fato
de criança ser igual flor,
mais do que criança
ser da vida
a metáfora das coisas
e seu verdadeiro valor.
Vejo José pousando sobre a casa
as asas dele mudam o episódio lar.
Abraço o José em todo riso
e mesmo quando não o tenho no
colo todo o tempo...
evento de criança soprando a casa!
Eu fico com as pernas bambas
quando quem me aponta é uma criança.
José é Júlia, também Carolina, Pedro, Clara,
Olívia, Antônio, Valentina, Lina,
João, Luíza, Nicolau, Juliano,
Guilherme, Diogo, Jonas, Mayara, Vinícius, Leon, Natassia,
José é todas as galáxias de meninos,
porque são só verdades,
belas verdades,
límpidas eternidades,
futuros mundos.
Belas!
Tenho vontade de defendê-las
das injustiças dos ditos maiores,
dos esticados que,
aprisionados,
querem aprisionar.
Por todo o sempre e agora,
toda criança quando chora,
respondo
- que foi?
Quem não te tratou direito?
(Toda criança quando chora
acho que me diz respeito.)
Quero as palavras delas,
a nitidez sublime das conversas
delirantes e sábias,
quero os descobrimentos que trazem
em sua transparência natural!
José voa na casa e eu pulso
no ventre como uma grávida perene, meu Deus,
(todo filho do mundo
é um pouco filho meu!)
Como me amolece o coração
barulho som de grito de infância
no colégio de manhã!
Como é, para o meu frio,
lã
uma mãozinha pequenina
dizendo pra mim dos caminhos...,
elazinha dentro da minha,
como o dia carregando a noite e seu luar,
e aquela vozinha sem gastar,
me pedindo com carinho e desamparo:
me leva lá?
Não mimem crianças ao invés de amá-las,
para não adoecê-las
para não encouraçá-las!
Não oprimam crianças na minha frente,
vou interferir,
vocês vão se danar,
vou escancarar!
Não usem criança na minha presença,
tomarei o partido delas,
não terão minha parcimônia,
não vou compactuar!
Não cunhem nelas a tirania,
eu vou denunciar!
Sou maternal de universo,
mil crianças caminham comigo!
Sou árvore cuja semente
se chama umbigo.
Ai... toda criança
quando grita mamãe,
respondo:
que foi?
(Acho que é comigo!)
Mas o mais incrível era a possível ligação do que eu lia, com o que eu estudava, aí eu já queria matar aula (seminário que faço uma vez ao mês) para ler!!!
Obrigada Elisa (e ainda tem o nome de outra irmã, a danada) por esses momentos ma-ra-vi-lho-sos na minha vida.
Ah, irmãzinha, como te agradecer por esse presente?
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